segunda-feira, 21 de julho de 2008

parado em frente a estante caçando livros com o indicador e os títulos fora de foco porque seus olhos estão muito cansados devido a horas e horas de tédio e o seu sono é pesado mas você não dorme porque ao deitar na cama pensa que não tirou proveito o suficiente do dia e então decide descer e procurar um livro pra ler mas não. nada parece ser interessante.a insustentável leveza do ser marcado na página 102 e estagnado na sua mesa, embaixo de impressos da internet que não têm de fato muito valor e você sempre acaba jogando fora e toda a tinta da impressora acaba e você está perdido quando tem que imprimir aquele boleto bancário de alguma coisa inútil que comprou na internet e o seu pedido expira e você está sem tinta, sem o treco, sem sono e entediado. chorando nos finais dos filmes bonitinhos e silenciosos que vê sua vida parece ser insigificante e então você tenta acreditar que se parece com todos aqueles personagens e acha que adquirir um tom sarcástico e piadista nas suas frases - pensadas - é super natural do seu ser mas não. não é. e se implicam com você, você fica bravo e constrangido e diz eu sou assim! mas minutos depois percebe que não. não é. e percebe que sua vida não é um filme porque é realista demais e não tem focos em macro e borradinhos bonitinhos no fundo do cenário onde sua parede cheia de colagens bobas aparece desbotada.ligando desesperado usando vozes engraçadas para disfarçar o drama de estar se sentindo só você pergunta o que vamos fazer essa noite? e a resposta nada do outro lado do telefone te deixa envergonhado e você diz então ta bom, a gente se fala e antes de desligar pede me liga qualquer coisa e as vezes eles ligam - o pessoal - e você se arruma se sente bem e sai mas não. você não aproveita de verdade. toda noite volta pra casa eu preciso parar com isso preciso me organizar e arrumaros meus horários e juntar dinheiro.aí você acorda cedo e toma um banho gelado acreditando mesmo que suas impurezas psicológicas estão indo pelo ralo mas não. elas não vão. e no ônibus você briga com as velhas que lutam para conseguirem um lugar e grita sozinho no ônibus que só porque vocês são velhas merecem que eu dê o meu lugar? acento preferencial é antes da catraca vão pra lá! e uma senhora diz cavalheirismo é uma coisa que esse menino nunca ouviu falar e você continua gritando cavalheirismo era na época que você nasceu, senhora o mundo agora é dos espertos e o mais engraçado é que ainda se sente orgulhoso por tal atitude assim como quando briga com seus pais e grita aqueles argumentos revoltados e infantis que sabe muito bem fazer.e você se empolga em talvez arranjar um emprego na farmácia mas depois pensa que usar um uniforme branco não seria muito legal e aí desiste. e nessa oscilação infernal você vai. ou não. não vai a lugar nenhum.

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