domingo, 7 de setembro de 2008

Teria eu sorrido como sorri se, por acaso, você não estivesse com os fones de ouvido (de um modelo antigo, que fica como um arco em volta da cabeça) quando te vi entrar? Não sei. Acredito que não.Porque quando ganhei meu primeiro aparelho móvel para ouvir música - na época um discman - eu logo troquei os fones. Aqueles pequenininhos, que se enfiam na orelha, nunca me agradaram. Ficavam caindo e me irritavam os ouvidos, eu sentia dores. Daí que eu comprei um fone "tradicional", modelo antigo, daqueles com as caxinhas de som pra fora das orelhas e um arco em volta da cabeça, e eu adorava. Além de ser mais útil, eu achava bonito. Eu não sei, mas eu ficava com uma aparência diferente, era como um acessório. Eu associava a várias coisas: cantor, cineasta, DJ. Coisas que me agradavam e enfim, ter te visto com fones iguais aos meus antigos (não uso mais esse tipo de fone porque veja bem: no dia em que fui fazer aquele vestibular maldito ao qual não passei e nem gosto de me lembrar, decidi comprar fones novos. passei num mercado e comprei. eram lindos, desse modelo que eu sempre gostei. fiquei com ele durante muito tempo. há uns três meses ele quebrou. voltei ao mercado onde o tinha comprado mas, à minha desagradável surpresa, não o tinham mais. nem algum que fosse parecido. só encontrei esse fones pequenos. o desespero foi tão grande - ficar sem musica? jamais! - que decidi comprar um desses mesmo. sorte a minha ter encontrado um modelo diferente, ao qual não sei explicar ao certo mas que se encaixa perfeitamente em minhas orelhas e não me causa mais incômodo algum. e você deve estar cansado de tantas coincidências e coisas do tipo que eu vou colhendo e juntando nessa caixinha FD, mas você se lembra que ao me escrever aquela mensagem - "acabei de ler um recado seu de meses atrás" - você a fez embaixo de uma foto - "minimalista", você ainda disse - em que apareciam tais fones?) me fez sorrir de uma forma que nunca sorri na minha vida. Foi como um movimento de dança. Na dança tudo começa no quadril, que na verdade se projeta primeiramente pelo umbigo. Na dança, para erguer um braço, o bailarino deve iniciá-lo lá de baixo, do umbigo, e fazê-lo subir aos poucos, até explodir emanando sua energia pela ponta do dedo, tudo isso muito rápido é claro. No meu caso, porém, todo este movimento foi subjetivo, implícito. Meu sorriso começou do centro do meu corpo - o umbigo - e foi se dissipando para cima, até explodir nas pontas dos meus dedos que, juntos de meus braços e mãos, envolveram teu corpo
próximo ao meu
em
o nosso primeiro abraço.

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1 Comentários:

Blogger isopor disse...

q. bonito. aqui

20/10/08 4:06 AM  

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